A amamentação é um processo complexo que vai além da satisfação nutricional. Envolve também o desenvolvimento e atuação conjunta das estruturas orais e faciais, maturação do sistema gástrico e neurológico além de estabelecer um vínculo entre mãe e bebê. Alterações em quais quer desses processos podem levar à dificuldade de alimentação acarretando em má nutrição, atraso no crescimento e no desenvolvimento e colocam em risco o bem-estar da criança.
Nos primeiros meses de vida o bebê apresenta características fisiológicas e anatômicas que favorecem a amamentação. A partir da 32° semana de gestação o reflexo de sucção está presente e o bebê está neurologicamente apto à amamentação. Além disso a posição da mandíbula favorece o posicionamento correto da língua, favorecendo uma postura adequada para a amamentação.
O aleitamento materno proporciona o exercício necessário que desenvolve o crescimento e posicionamento correto dos músculos e ossos da face. Ele prepara as condições neuromusculares aprimorando também as funções de mastigação, deglutição, respiração nasal e fala.
O bebê que teve aleitamento materno pode não desenvolver hábitos como chupar o dedo ou chupeta, isso porque houve um intenso trabalho muscular que relaxa essa musculatura da boca. Por isso a criança não sente necessidade desses hábitos para satisfação nutricional ou emocional.
O não aleitamento materno pode acarretar em alterações na musculatura facial, ortodônticas, dificuldade na fala e favorecer a respiração bucal. O fonoaudiólogo é o profissional apto a avaliar as condições funcionais dessa musculatura desde o nascimento e indicar exercicíos que otimizem ou corrigiam possíveis desajustes.Deixe aqui suas dúvidas, queremos auxiliá-los!
AUTOR: Fga. Paula Giaciani Galbiatti | Graduada pela Universidade Federal de São Paulo. | Pós-graduada em Fonoaudiologia Hospitalar no Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. | Aperfeiçoamento em período neonatal e disfagia infantil pelo Núcleo de Estudos e Atendimentos Cláudia Xavier. | Fonoaudióloga Equipe FONOCORP.
Referências:
- Bervian J, Fontana M, Caus B. Relação entre amamentação, desenvolvimento motor bucal e hábitos bucais – revisão de literatura. RFO, Passo Fundo, 13, 2, 76-81, maio-agosto de 2008.
- Oliveira NMC, Botelho KVG. Importância do aleitamento materno no desenvolvimento do sistema Estomatognático na primeira infância. Cienc biol sal, Recife, 2, 3, 75-82, julho 2015.
- Sanches MTC. Manejo clínico das disfunções orais na amamentação. J Pediatr, Rio de Janeiro, 80, 5, 2004
- Soares CX. Avaliação dos Padrões de Sucção em Recém nascidos Prematuros Visando a Transição da Alimentação de Sonda Gástrica para Via Oral. 163. Dissertação doutorado. São Paulo, 2002.
Excelente artigo. importante lembrar que eu só descobri que nós lactantes temos restrições alimentares quando levei minha filha em sua primeira consulta com o Pediatra dez dias após seu nascimento.(A primeira consulta acontece sempre após os sete, dez dias.
Até então, tudo o que tinha pra comer, eu mandava pra dentro. Já que amamentar dá uma baita fome!
Mas então o Pediatra de meus filhos me explicou que, alguns alimentos podiam fazer com que a cólica e os gases viessem com mais intensidade provocando mais dor e desconforto para o bebê.
Parabéns seu artigo ficou ótimo, estou escrevendo sobre o assunto no meu blog, dá uma olhada lá sua opinião será muito importante. abraços